7 de janeiro de 2011

Cadê os bons redatores???

Posto, ipsis litteris, o release enviado ao Cruzeiro do Sul, para divulgação do show da Sarabatana tocando Cazuza:

A poética de Cazuza é indiscutível. Mas em que consiste, principalmente, essa característica – chamada por alguns de “genial”? É dado aos poetas o poder de ultrapassar o ponto de vista da maioria das pessoas sobre as coisas. Suas canções revelam essa outra forma de ver: o amor, tema insistente na história da música popular, abordado quase sempre por bordões e clichês, torna-se “uma mentira que a minha vaidade quer”. Essa é a aproximação afetiva que a Sarabatana tem com Cazuza. Nele é possível ver o mundo retratado para além do usual e isso é algo que a banda vem tentando fazer a algum tempo. Acrescente-se às líricas de Cazuza, arranjos que são diretos, que falam ao ouvinte sem voltas desnecessárias: tocamos em outro ponto comum com a Sarabatana. Cazuza prova, finalmente, que é possível cantar às multidões sem abandonar ou simplificar o conteúdo. E isso interessa muito à Sarabatana.

Agora, a matéria publicada, na íntegra -- e sem autoria:

Uma viagem aos sucessos de bandas consagradas, em releituras feitas por formações locais, é o que promete a série “Álbuns Clássicos” que o Asteroid começou a realizar ontem e que prossegue durante o período de férias. Hoje, a partir das 22h, a Sarabatana homenageia Cazuza, interpretando faixas de “O Tempo não Pára”, de 1989. O projeto reedita apresentações que aconteceram em julho do ano passado com o mesmo formato e é um dos destaques da programação de férias da casa. Inspirado na coletânea “Classic Albuns”, que reproduz espécie de “pósmaking off” dos mais conhecidos discos de rock já gravados, o evento abre espaço para que os fãs conheçam e rememorem, em nova versão, sucessos dos ídolos. É o que ocorrerá logo mais. “O Tempo Não Pára” registra o show que Cazuza fez no Canecão, pouco antes de morrer. Além da faixa-título, que batizou o filme de Sandra Werneck sobre a vida do cantor, compositor e vocalista do Barão Vermelho, o repertório do álbum (e, consequentemente, da apresentação da Sarabatana) inclui temas como “Vida Louca, Vida”, parceria com Lobão; “Exagerado”; o blues “Todo o Amor que Houver nessa Vida”; “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Codinome Beija- Flor”, e “Faz Parte do Meu Show”, entre outros. Cazuza ficou conhecido como um dos mais talentosos poetas contemporâneos. A tal ponto, que chegou a ser comparado a Vinícius de Moraes. É e justamente essa característica do trabalho do artista que funciona como elo de ligação com a Sarabatana. A banda destaca, no material de divulgação que encaminhou à imprensa, que se identifica com o lirismo, os arranjos das canções e a capacidade de falar às multidões, usando de uma linguagem menos rebuscada, que simplifica o conteúdo. O conjunto reúne Mario Marcos (vocal); Gustavo Lacava (guitarra); Renato Mestre (guitarra e voz); Emerson Guerra (baixo); David Dias (bateria), e Marcelo Moreira (backing vocal).

Compare as afirmações em ambos os textos: já dá um problemão! Mesmo que lêssemos apenas a matéria divulgada (07/01/2011) já dava pano pras mangas: a parte grifada contém inúmeras contradições em termos, e o pior, associa essa série de erros (como a "simplificação do conteúdo") à banda Sarabatana.

Enviei um email questionando a redação da matéria e vou aguardar sentado. E se chegar uma resposta do tipo "não há erro nenhum", não acharei muito surpreendente.
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