15 de março de 2013

Exemplar único


(15032013)

Talvez tenha aprendido a mentir,
Tão sutilmente,
Que sempre retorno a mim.

Continuo o mesmo:
Penso em ser lembrado,
Quero um dia ser ouvido.

Não apenas pela história,
Muito menos pelas arestas da memória.
Dois cantos equidistantes
Da mesma linha.

Talvez seja a conquista da dúvida
Sombria e soturna
Que irá marcar o fim.

Sigo sempre o óbvio:
Escrevo para alguém que virá.
Desejo do instante insurgir.

Sou menos estrada,
Nunca um entrave ao tempo.
Estes, esferas coincidentes
De um mesmo objeto.

Após tudo, no entanto,
Haverá cadeira nesta cidade para minha espera?