5 de novembro de 2012

Algoritmo


Estes não são tempos de gigantes.
Não há mais espaço para tais jogos cênicos:
A expressividade contida apenas no silêncio
Dos passos que evasivo desenho.

É como se houvessem incontáveis destinos
Concorrendo pela perpetuidade do instante.

Hoje é tão-somente o possível.

Estes não são tempos de eloquência.
Não há intervalos nem mesmo esquecimento:
O desejo aponta a quietude
Das linhas imprudentes que com efeito escrevo.

É como se comprimisse todo o conjunto de histórias
Forçando a virtualidade do movimento.

Hoje é tão. E somente.

Estes não são tempos de conquistas.
Não há nenhum sonho a perder:
Um passado determinado a voltar
Doa suas lembranças ao vazio de sempre.

É como se faltasse um impulso
Cindindo os liames do posto presente.

Hoje será.

"A insensibilidade do azul e da pedra."

Um comentário:

Anônimo disse...

...carinha vc está cada vez ácido e voraz.