1 de setembro de 2009

Vírgula

Ei, professora!
Esse livro aí
Cuja lombada
Traz título
Em grego
Cheio de improezas
E imperícias
De tradução,
Nunca vou ler.

Enjôa-me
Esse empilhamento
Sistemático e retilíneo --
Arrazoados verbais
Prolixos
E linhas sem cor.

Prefiro,
É verdade,
Ver um filme
Lá na TV
Vinte-quatro-quadros
Que parados
São impressionismo
De delírio em movimento.

Prefiro,
É verdade,
Desses com drogas
Sexo e traições
Explosões, peripécia
E reconhecimento.

E se você cobrar
Sísifo a demover a caneta
Nesse espaço reservado
À respostas que tenciona
Ouvir, ler e catar,
Copio, colo e imprimo:

Não há nada que o Google
Não possa encontrar.

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